Marquei esse dever 3 vezes no ano de 2014 para trabalhar três tópicos diferentes: figuras de linguagem, estudo de relatos e modernismo de 1ª fase.
- O uso de música no celular foi feito em uma aula de redação sobre relatos. Durante uma aula teórica, um aluno exemplificou um relato citando uma música. Achei interessante a possibilidade de usar letras de música para fixar o conceito de relato e problematizar essa "classificação de gênero" com exemplos textuais apresentados pelos alunos. Por isso, marquei como dever, procurar uma música que trouxesse em sua letra um relato pessoal e baixá-la no celular e levá-la para sala. O resultado não poderia ser diferente:a animados cada aluno apresentou a música que ele achava ser um relato, em seguida ponderávamos sobre a letra, se era mesmo um relato ou não e por que era ou não.
- O uso de celular em sala para estudar figuras de linguagem, deu-se a partir do seguinte plano:
Depois de demonstrar teoricamente as figuras de linguagem, separei algumas músicas que sabia que trariam um ou mais tipos de figuras de linguagem (p.ex. Construção, Pedro Pedreiro, Cálice do Chico Buarque; Skap e Heavy Metal do Senhor do Zeca Baleiro; Drão, Domingo no Parque do Gilberto Gil etc).
Cada aluno recebeu por sorteio uma música, como dever pedi que baixassem em seus smart a letra da música e a música, que trouxessem também algumas referências sobre o contexto histórico da música e trouxessem tudo isso mais um fone de ouvido para a próxima aula.
Com a letra da música e a música em mãos, fui orientando uma investigação do trabalho poético presente na letra da música: primeiro pedi que ouvissem a música (sem a letra) e prestassem atenção em qualquer "brincadeira" sonora que percebessem; depois que ouvissem novamente a música, mas agora acompanhando a letra por escrito e identificando figuras de sentido e pensamento.
- O uso do celular em sala para estudar a 1º fase modernista, foi semelhante a metodologia anterior, porém foi pedido apenas que baixassem, a música "Trenzinho Caipira". Em sala, fui orientando os alunos primeiro para prestarem atenção em sons que lembravam o princípio estético de uma vanguarda europeia, depois deveriam ouvir de novo, mas agora prestando atenção em sons que lembravam a natureza ou algum símbolo de nacionalidade. Na terceira e última vez, afirmei aos alunos que a música possuía uma "narrativa" e pedi que identificassem quem era o personagem da música e a história que música contava sobre ele.
Em todas as três aulas, o resultado foi muito bom: os alunos primeiro ficaram curiosos, depois um pouco confusos, e finalmente absortos em suas atividades e entusiasmados com as descobertas. Para a maioria dos jovens, que estão muito acostumados a prestar atenção no conteúdo da letra, prestar atenção em outros recursos sonoros, ou mesmo ouvir uma música sem letra é uma experiência totalmente nova, diferente, o que permite criar uma situação de aprendizagem de "descoberta" muito bacana.
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